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15 março 2017

sou caseira
dentro de casa
fico dentro do meu quarto
dentro do meu quarto
fico dentro do meu pijama
dentro do meu pijama
fico dentro do meu corpo
dentro do meu corpo
fico dentro da minha alma
dentro da minha alma
fico dentro dos meus desejos
dentro dos meus desejos
fico dentro dos meus sonhos
e me deixo lá.

zack magiezi

3x4

não sou perfeita
eu me conheço
tenho muito caos interior
gosto de construir
só para ter o direito de demolir
sempre fui barco em mar bravo
guiado por estrelas
alterno estados
sou uma tristeza que nasceu alegre
uma sanidade vestida de loucura
um riso que chora


zack magiezi

24 maio 2016

A síndrome dos 20 e tantos ...

"Você começa a se dar conta de que seu círculo de amigos é menor do que há alguns anos. Dá-se conta de que é cada vez mais difícil vê-los e organizar horários por diferentes questões: trabalho, estudo, namorado(a) etc. E cada vez desfruta mais dessa Cervejinha que serve como desculpa para conversar um pouco.
As multidões já não são ‘tão divertidas’, às vezes até lhe incomodam.
Mas começa a se dar conta de que enquanto alguns eram verdadeiros amigos, outros não eram tão especiais depois de tudo.
Você começa a perceber que algumas pessoas são egoístas e que, talvez, esses amigos que você acreditava serem próximos não são exatamente as melhores pessoas. Ri com mais vontade, mas chora com menos lágrimas e mais dor. Partem seu coração e você se pergunta como essa pessoa que amou tanto e te achou o maior infantil, pôde lhe fazer tanto mal. Parece que todos que você conhece já estão namorando há anos e alguns começam a se casar, e isso assusta!
Sair três vezes por final de semana lhe deixa esgotado e significa muito dinheiro para seu pequeno salário. Olha para o seu trabalho e, talvez, não esteja nem perto do que pensava que estaria fazendo. Ou, talvez, esteja procurando algum trabalho e pensa que tem que começar de baixo e isso lhe dá um pouco de medo.
Dia a dia, você trata de começar a se entender, sobre o que quer e o que não quer. Suas opiniões se tornam mais fortes. Vê o que os outros estão fazendo e se encontra julgando um pouco mais do que o normal, porque, de repente, você tem certos laços em sua vida e adiciona coisas a sua lista do que é aceitável e do que não é. Às vezes, você se sente genial e invencível, outras… Apenas com medo e confuso.
De repente, você trata de se obstinar ao passado, mas se dá conta de que o passado se distancia mais e que não há outra opção a não ser continuar avançando. Você se preocupa com o futuro, empréstimos, dinheiro… E com construir uma vida para você. E enquanto ganhar a carreira seria grandioso, você não queria estar competindo nela.
O que, talvez, você não se dê conta, é que todos que estamos lendo esse texto nos identificamos com ele. Todos nós que temos ‘vinte e tantos’ e gostaríamos de voltar aos 15-16 algumas vezes. Parece ser um lugar instável, um caminho de passagem, uma bagunça na cabeça…
Mas TODOS dizem que é a melhor época de nossas vidas e não temos que deixar de aproveitá-la por causa dos nossos medos… Dizem que esses tempos são o cimento do nosso futuro. Parece que foi ontem que tínhamos 16…
Então, amanha teremos 30?!?! Assim tão rápido?!?"

16 maio 2016

Ela é de peixes

Ela tem dois caminhos que se confundem quase sempre. De um lado, sonha em chegar lá – mesmo que não saiba exatamente onde é esse lugar. Acredita que mais importante que o caminho são as pessoas que encontra no meio dele. Para o barco, dá carona, gosta de companhia. Seu jeito é meio à luz de velas quando o sol desaparece no horizonte.
Ama como se houvesse amanhã, como se fosse durar uma vida inteira porque ela tem esperança. Pra ela não acaba, não se finda, não vai sumir num piscar de olhos. Pensa que o mundo inteiro se resolve num abraço, muito mais que num beijo. E envolve, se envolve, é sempre num cruzar de braços. Mal dá pra ver que ela é cheia de abismos, que por dentro ainda existe alguma coisa que não a deixa sossegar. Continua nadando.
Se alguma coisa a machuca, prepara-se pra mudar de rumo. Já te contei que existem dois caminhos pra ela, e que eles se confundem. Nada pra baixo com toda a força do mundo quando tem que nadar. Mergulha com tudo, ela é intensidade pura. Vai no fundo do oceano e não prende o ar, não precisa disso. Se mistura com as ondas e vem de forma violenta. Te acerta ainda na praia e toda a tranquilidade de antes se transforma num turbilhão. Mas foi você quem provocou isso, foi você que pediu pra ver. Ela escapa como se tivesse guelras.
Ela se recusa a largar sua moradia. Seu corpo, sua casa. Quem tenta violar suas regras encontra placas de aviso na surdina, na calada da noite, em toda janela que deixa aberta. Algumas setas, alguns alvos. Ela não quer que você chegue perto, não quer que você entre. Melhor se afastar, melhor deixar pra lá. Ela parece frágil feito líquido, transparente feito água, mas você já conseguiu enxergar as profundezas de qualquer mar? Não, nem vai enxergar as dela. Ela não deixa.
Sonha com um mundo que ainda não existe, sonha com alguém que ainda não existe, sonha com tudo. Seria capaz de viver nos sonhos e construir sua vida neles. E constrói, na verdade. Tudo em volta dela é sonho, tudo em volta dela é algo que você não consegue ver. Ela vê. Ela enxerga coisas que ninguém enxerga o tempo todo. Talvez porque essas coisas estejam dentro dela, dentro dos tesouros perdidos num naufrágio submerso, e não nas coisas que você jura que vê na superfície.

31 março 2016

Um café quente
Um amor quente
Sou um ato de ousadia
Em um mundo morno

Zack Magiezi

05 março 2015

Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo. Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele. Sou inconstante e talvez imprevisível. Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras. Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo. São poucas as pessoas pra quem eu me explico…

É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto e o chopp gelado. É fácil amar o outro nas férias, no churrasco, nas festas ou quando se vê de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba, quando não acredita em mais nada e entende tudo errado. Quando paralisa, perde o charme, o prazo, a identidade e a coerência. Nessas horas que se vê o verdadeiro amor, aquele que quer o bem acima de tudo. É esse o amor que dura para sempre, na verdade, esse é o único tipo que pode ser chamado de amor.

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